7 regras de ouro dos Naming Rights para arenas

Eu e o Guilherme Guimarães contribuímos para o portal Mundo do Marketing com um post sobre naming rights para arenas. Abaixo republicamos, na íntegra, o conteúdo, cujo link original está aqui. Muito obrigado ao Daniel D ´Amelio pelo convite.

Por Redação, em 03/12/2012

Recentemente, alguns clubes de futebol brasileiros anunciaram que os “naming rights”, ou direito de nomear seus estádios, estavam à venda para marcas interessadas em batizá-los. No Brasil essa prática já é relativamente comum em cinemas, teatros e casas de espetáculos, mas quando o assunto é esporte, ainda estamos engatinhando.

Em 2005, o Atlético Paranaense foi pioneiro em vender o nome de sua arena para a Kyocera. Porém, três anos depois, o contrato não foi prorrogado e, desde então, o clube não encontrou um novo patrocinador para essa propriedade. Por qual motivo as empresas no Brasil não se mostram interessandas por batizar os estádios de nossos clubes? Nos Estados Unidos e na Europa isso é tão comum quando vender espaço na camisa. Então, por que não?

Há algum tempo, nosso amigo Tim Crow, CEO da Synergy Sponsorship, uma das mais conceituadas consultorias de marketing esportivo do Reino Unido, escreveu um belo postcom 6 regras para naming rights. Obviamente ele se focava mais no mercado europeu. Nós resolvemos tropicalizar essas regras, adaptando para a nossa realidade. Para o Brasil, acrescentamos uma.

1. O estádio deve ter apenas um nome curto. Se tiver dois nomes, um dos quais é a marca patrocinadora, adivinhe qual a mídia e os fãs vão cortar? Por exemplo, The Reebok Stadium, casa do Bolton Wanderes, funciona bem. Assim como The Emirates, casa do Arsenal. Do lado contrário há o SportsDirect.com@St James´s Park, casa do Newcastle. Qual a chance de alguém pronunciar esse nome inteiro?

2. Evite rebatizar um estádio com tradição. Se você fizer, correrá o risco de ter o nome cortado pela mídia e torcedores. Em outras palavras, é muito mais fácil começar com um novo estádio. Essa regra explica a aparente aversão de algumas marcas a patrocinar estádios brasileiros consagrados. Por outro lado, é uma boa oportunidade para os estádios que estão sendo construídos para a Copa.

3. A exceção para isso é quando um estádio não possui apelo com a torcida ou está decadente por algum motivo e, como resultado, precisa ser reformado e relançado. Por exemplo, na Inglaterra o Milennium Dome, espaço de exposições que nunca conquistou o público, virou “The O2” depois da reformulação. Caso o Corinthians resolvesse, por exemplo, fazer um upgrade na Fazendinha, que sempre foi motivo de piada, um novo nome poderia cair bem.

4. O patrocinador deve pagar o suficiente, e o maior problema de não fazer isso é que tanto a mídia quanto os torcedores podem interpretar o fato como um abuso ou ação de má fé. Na Inglaterra ocorreu um caso no qual um patrocinador pagou apenas 150 mil libras por ano para batizar o estádio de um time, uma quantia muito baixa comparando às campanhas que essa empresa fazia na TV. E isso pegou muito mal. No caso brasileiro, talvez a torcida ainda não tenha essa cultura, mas, por outro lado, é cada vez mais comum o torcedor médio opinar, informalmente, sobre qual patrocinador ele gostaria que seu clube conseguisse em momentos de renovação de contrato. Ou seja, não vai demorar para atingirmos esse grau de maturidade.

5. A marca deve apostar no longo prazo por dois motivos: demonstra comprometimento com o clube e, ao longo do tempo, o retorno sobre investimento em termos de mídia será enorme. Além disso, a mídia, o torcedor, todos, precisam de tempo para se acostumar a chamar o estádio de determinada forma.

6. Evite rebatizar um estádio com um apelido já definido. Se for para isso acontecer (e, muito provavelmente, acontecerá), que seja depois que os naming rights tenham sido adquiridos e com a participação da marca. Na verdade, essa é uma preocupação que os próprios clubes deveriam ter e, conhecendo o costume brasileiro, uma idéia seria vender o naming right antes mesmo do projeto ser apresentado publicamente.

7. Depois de seguir as regras de 1 a 6, é aí que o trabalho duro realmente começa – ganhar respeito e admiração dos torcedores e da mídia pelo que você está fazendo. E isso só é possível por meio de trabalho duro (ativação) e criatividade.

 

* Por Bruno Scartozzoni e Guilherme Guimarães

Guilherme Guimarães – Diretor Geral da Ativa Esporte e Diretor de Esportes do Conselho Britânico. Graduado em publicidade e jornalismo pela UFMG, e mestre em Gestão do Esporte pela Universidade de Sheffield (Inglaterra). Também já teve passagens pelo Comitê de Candidatura Rio 2016, Unilever, Geo Eventos e Aktuell Comunicação, sempre atendendo clientes como Nestlé, AND1 e Athina Onassis International Horse Show.

Bruno Scartozzoni – Diretor de Planejamento da Ativa Esporte e Professor de Storytelling e Transmídia da ESPM. Graduado em Administração Pública, e pós-graduado em Marketing, em ambos os casos pela EAESP – FGV. Também já teve passagens pela Talk Interactive, Aktuell Comunicação e Banco de Eventos, sempre atendendo clientes como Nokia, Nestlé, J.Macêdo, Sebrae e Prefeitura de São Paulo.

Negócios em Jogo, programa 11, 29/07/2013

Em 29 de julho aconteceu a décima primeira edição do Negócios em Jogo, hangout quinzenal da Ativa Esporte, onde Guilherme Guimarães, Bruno Scartozzoni e convidados discutem as últimas notícias e tendências do universo do marketing esportivo. Para assistir é só dar...

Ana Moser e Raí entrevistados no Roda Viva

Na última segunda-feira, dia 29 de julho de 2013, os ex-atletas Ana Moser e Raí estiveram no programa Roda Viva, da TV Cultura, para falarem sobre esporte, grande eventos, legado para o país, profissionalismo e muitos outros assuntos. Se você trabalha com ou se...

Superpro – o herói que a Marvel criou para promover a NFL

Não faz muito tempo que postamos aqui uma análise sobre a parceria da Marvel com o Brooklyn Nets, time da NBA, que resultou na criação de um mascote super herói chamado Brooklyn Knight (Cavaleiro do Brooklyn), lembram? Pois é. Nesse final de semana estava vendo uma...

O gol não pode esperar

Bruno Scartozzoni, sócio e diretor de planejamento da Ativa Esporte, escreveu uma coluna para a edição de junho de 2013 da revista Info Exame, sobre transmídia e esportes. O texto também foi publicado no site, em 4 de junho, nesse link. Reproduzimos aqui o texto na...

Negócios em Jogo, programa 10, 15/07/2013

Em 15 de julho aconteceu a décima edição do Negócios em Jogo, hangout quinzenal da Ativa Esporte, onde Guilherme Guimarães, Bruno Scartozzoni e convidados discutem as últimas notícias e tendências do universo do marketing esportivo. Para assistir é só dar play aí em...

Sócios da Ativa Esporte participam de projeto sobre a marca Brasil

100 Degrees of Brazil é o projeto da Daniela Novaes, mestranda de branding na School of Visual Arts em Nova York, que fez uma mesma pergunta para 100 profissionais de comunicação e afins: Qual é a sua impressão de uma marca chamada Brasil? As respostas estão sendo...

Storytelling e Marketing Esportivo, uma combinação que dá jogo

Escrevi esse artigo em março de 2013 para publicação em uma revista especializada. Infelizmente o texto acabou não sendo publicado,  por isso trouxe ele pra cá. Corro o risco de ser acusado de oportunista ao escrever esse artigo, afinal, storytelling e marketing...

Os planos da adidas para a Copa do Mundo 2014

O post abaixo foi originalmente escrito para o Futebol Marketing em 01/07/2013. O link original pode ser acessado aqui. Imagem: Divulgação/CBF Na última terça-feira, 25 de junho, estive na coletiva de imprensa da adidas a convite do FutebolMarketing.com.br. O objetivo...

Negócios em Jogo, programa 9, 01/07/2013 – EDIÇÃO ESPECIAL

Em 01 de julho aconteceu a nona edição do Negócios em Jogo, hangout quinzenal da Ativa Esporte, onde Guilherme Guimarães, Bruno Scartozzoni e convidados discutem as últimas notícias e tendências do universo do marketing esportivo. Devido aos acontecimentos que pararam...

Guilherme Guimarães ministra curso de Marketing Esportivo no Rio de Janeiro – 17/08

Guilherme Guimarães, diretor geral da Ativa Esporte e professor de marketing esportivo da FIA e Trevisan, pela primeira vez leva seu curso de marketing esportivo para o Rio de Janeiro, em parceria inédita com a EasyAula. O curso acontecerá em 17 de agosto, um sábado,...