Talvez esse post já valha só pelo ineditismo da notícia. A dupla sertaneja Henrique e Diego (da foto acima) patrocinará pontualmente o Vasco da Gama durante as partidas das quartas de final da Copa Libertadores. Bizarro? Genial? Incomum? Provavelmente um pouco de tudo.
Mas o mais interessante é que isso pode nos ajudar a pensar sobre a própria natureza do patrocínio esportivo.
Eu pessoalmente não curto música sertaneja, portanto, se fico conhecendo uma nova dupla, é porque ela já chegou ao topo do mainstream. Esse não é o caso de Henrique e Diego.
Quando eles compram um espaço na manga de um time grande, durante um evento do porte de uma quarta de final da Libertadores que será disputada contra o Corinthians, posso imaginar que:
– Esses caras devem estar fazendo um dinheiro considerável para conseguirem pagar por esse espaço, ainda mais não estando tão no mainstream. Esse sucesso todo deve significar que são bons. Talvez tenham até ganhado o espaço de graça, mas é inevitável pensar isso.
– Esses caras são, no mínimo, ambiciosos. Nunca tinha ouvido falar deles, mas agora já sou capaz de apostar que eles vão estourar alguma hora.
– Da próxima vez que for dar um presente para um amigo que goste de música sertaneja, adivinhe qual dupla estará na minha cabeça na hora de comprar um CD ou DVD.
– Esse patrocínio funciona relativamente bem por si só pois o patrocinador é relativamente desconhecido e, portanto, isso já é uma notícia. Mas e se fosse o Chitãozinho e Xororó? Aí ouso dizer que seria necessário algum tipo de ativação para criar um factóide que vire notícia.
– Não sei para que time eles torcem, mas se for para o Vasco, ou para algum rival do Corinthians, o patrocínio torna-se ainda mais convergente. Imaginem a possibilidade deles gravando um vídeo antes do jogo mandando forças para o time.
– Esse “case” mostra que basicamente qualquer empresa querendo comunicar algo a algum público pode se beneficiar de patrocínios esportivos, desde que use essa ferramenta com inteligência e pertinência.
– Por fim, há 20 anos a indústria da música era poderosa o suficiente para não precisar de outros canais de entretenimento para vender seus artistas. Hoje isso não é mais verdade, e há oportunidades bem interessantes para juntar os universos esportivo e musical.